A Samaritana e a ocitocina o “hormônio do amor”

 

Hoje, enquanto refletia sobre algumas passagens espirituais e também sobre estudos científicos, percebi o quanto a busca por conexão verdadeira tem sido um desafio para tantas pessoas — e como essa sede se reflete tanto na alma quanto no corpo.

Observação: para quem gosta de algo mais profundo um estudo mais completo link aqui.

A história da samaritana, narrada em João 4, sempre me tocou profundamente. Ela teve múltiplos relacionamentos, mas ainda assim, sentia um vazio que não conseguia ser preenchido. Quando Jesus a encontra e fala sobre a “água viva”, ele não está apenas oferecendo conforto espiritual — ele está falando sobre uma transformação que começa de dentro para fora. Essa passagem sempre me fez pensar: quantas vezes buscamos fora aquilo que só pode ser resolvido dentro?

Esse vazio não é apenas espiritual, ele tem reflexos muito reais no nosso corpo. A ciência já mostrou que a ocitocina, conhecida como o “hormônio do amor”, é responsável por criar laços emocionais e fortalecer a confiança. É ela que nos faz sentir conexão durante momentos de intimidade, como abraços, beijos ou relações sexuais. Mas há um detalhe importante: quando esses momentos são vividos sem compromisso emocional ou propósito, com múltiplos parceiros, nossos receptores de ocitocina começam a se dessensibilizar. Ou seja, biologicamente, ficamos cada vez menos capazes de criar vínculos profundos.

E aqui vem a parte mais impressionante: isso não é apenas biológico. Na espiritualidade, principalmente na Kabbalah, fala-se muito sobre a energia que trocamos em cada relação íntima. Cada vínculo deixa uma marca na alma — uma Reshimá —, e quando acumulamos essas marcas sem propósito, nossa energia se fragmenta. Esse acúmulo de laços superficiais dificulta cada vez mais a criação de uma conexão verdadeira.

A samaritana representa exatamente isso: alguém que buscou se preencher através de relações externas, mas acabou mais vazia. E quantos de nós já não fizemos o mesmo? Buscando no outro a validação, o carinho ou a atenção que não conseguimos oferecer a nós mesmos? Só que há esperança — tanto para o corpo quanto para a alma. Há um caminho de cura.

A restauração começa pelo reconhecimento: admitir essa sede, essa busca incessante por conexão. Depois, vem a liberação — desfazer esses laços antigos, agradecer pelas lições e deixar ir. Isso é um Tikún, um processo de retificação espiritual, mas também tem seu paralelo na biologia: ao nos afastarmos de relações casuais e priorizarmos conexões baseadas em confiança, começamos a restaurar a sensibilidade dos nossos receptores de ocitocina.

O passo seguinte é nos nutrir com o que realmente preenche: cuidado próprio, práticas de meditação, conexões não sexuais baseadas em afeto e presença, e — acima de tudo — uma conexão profunda com o Divino. Porque, como Jesus disse à samaritana, a água viva que realmente sacia vem dessa fonte que é A Torah sagrada.

Por fim, precisamos nos preparar para a conexão verdadeira. Isso significa limpar o passado, restaurar nossa energia e abrir espaço para um relacionamento onde a Shechiná — a presença divina — esteja presente. Porque só quando nossa alma está alinhada, nosso coração está curado e nosso corpo está equilibrado, somos capazes de viver um amor que nutre, que transforma, que sacia.

Essa jornada não é fácil, mas é profundamente necessária. E cada passo dado nesse caminho nos aproxima daquilo que realmente buscamos: uma conexão autêntica, íntegra e sagrada.

E esse caminho de cura não precisa ser solitário. Ao nos cercarmos de pessoas que também buscam essa integridade, encontramos apoio e inspiração. Conversas profundas, momentos de silêncio compartilhado, orações feitas em conjunto — tudo isso fortalece nossa jornada. A verdadeira conexão começa quando nos permitimos ser vulneráveis, quando reconhecemos nossas feridas e aceitamos a ajuda divina e humana para curá-las.

Por isso, se você sente essa sede, saiba que há uma fonte inesgotável pronta para te saciar. Comece olhando para dentro, liberando o passado e construindo, dia após dia, um espaço para o novo. E quando esse novo amor chegar, ele encontrará um coração pronto para receber, uma alma leve e um espírito alinhado àquilo que é verdadeiro. Esse é o início de uma conexão que não apenas transforma, mas também eleva.

Observação: para quem gosta de algo mais profundo um estudo mais completo link aqui.

Com a Ajuda de D'us, que possamos internalizar esse estudo e colocarmos em pratica ,nos curando e assim esperando nossa alma Gemea.

Ass: Carlos Nigri

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